Os 10 Pedidos Mais Recorrentes na Justiça do Trabalho e Como Evitá-los


A Justiça do Trabalho é um dos ramos do Poder Judiciário que mais recebe demandas no Brasil. Diariamente, milhares de ações são movidas por trabalhadores buscando direitos supostamente violados pelos empregadores. Conhecer os pedidos mais frequentes é essencial para que as empresas adotem medidas preventivas e reduzam os riscos de passivos trabalhistas.

Com base em dados disponibilizados pelo Painel de Estatísticas do Tribunal Superior do Trabalho (TST), elencamos os 10 pedidos mais recorrentes e as melhores práticas para evitá-los.

1. Horas Extras Não Pagas

Risco: Reclamações por não pagamento ou cálculo incorreto de horas extras.

Como Evitar:

  • Mantenha registros precisos de jornada (cartão ponto eletrônico ou livro de ponto).
  • Não mantenha controle com preenchimento em horários invariavelmente idênticos.
  • Permita livre acesso do trabalhador no controle de saldo de banco de horas.
  • Não permita trabalho acima de 10 horas diárias (salvo em caso de extrema necessidade comprovada).
  • Observe os limites impostos em eventual compensação estabelecida.
  • Assegure-se de que as horas extras sejam devidamente autorizadas e remuneradas com o adicional legal (mínimo de 50%).

2. Verbas Rescisórias em Atraso ou Incorretas

Risco: Ações por falta de pagamento ou erro no cálculo de rescisão.
Como Evitar:

  • Utilize sistemas automatizados de cálculo rescisório.
  • Realizar o pagamento no prazo legal de 10 dias.
  • Realize auditorias periódicas nos processos de desligamento.
  • Fornecer os documentos rescisórios também no prazo de 10 dias.

3. Danos Morais

Risco: Indenizações por assédio moral, discriminação ou más condições de trabalho.
Como Evitar:

  • Promova treinamentos sobre conduta ética e respeito no ambiente laboral.
  • Não permita atitudes contrárias à educação, cordialidade e respeito no local de trabalho, aplicando penalidades para demonstrar a conivência ou inação da empresa em casos de sua ocorrência.
  • Estabeleça canais de denúncia e investigue eventuais reclamações.

4. Adicional de Insalubridade/Periculosidade Não Pago

Risco: Reclamações por falta de reconhecimento de atividades perigosas ou insalubres.
Como Evitar:

  • Realize avaliações ambientais periódicas (PGR/PPRA, LTCAT).
  • Forneça EPI´s adequados e com Certificado de Aprovação (CA) fornecido pelo Ministério do Trabalho.
  • Realizar treinamento do uso correto dos EPI´s.
  • Fiscalize o uso correto durante o trabalho.
  • Substitua o EPI sempre que necessário – vencimento, extravio ou inutilização.
  • Efetue o pagamento conforme laudos técnicos e normas regulamentadoras (NRs).

5. Reconhecimento de Vínculo Empregatício

Risco: Trabalhadores terceirizados ou autônomos buscando vínculo formal.
Como Evitar:

  • Formalize contratos de prestação de serviços com cláusulas claras.
  • Evite subordinação direta a colaboradores terceirizados.
  • Não permita trabalho de natureza não eventual, remunerada e mediante subordinação sem registro.

6. FGTS Não Depositado ou Atrasado

Risco: Ações por omissão ou irregularidade nos depósitos do FGTS.
Como Evitar:

  • Automatize os repasses mensais ao sistema da Caixa Econômica Federal.
  • Mantenha comprovantes de depósito à disposição dos empregados.

7. Descanso Semanal Remunerado Não Concedido

Risco: Reclamações por não conceder folga ou pagamento indevido.
Como Evitar:

  • Respeite a escala de trabalho (mínimo de 1 folga semanal).
  • Em casos de trabalho em DSR, assegure o pagamento em dobro.

8. Diferenças Salariais

Risco: Ações por desigualdade remuneratória ou desvio de função.
Como Evitar:

  • Padronize salários conforme cargos e funções.
  • Documente mudanças de atividades e salário com aditivos contratuais.

9. Ausência de Recolhimento Previdenciário

Risco: Autuações pela falta de recolhimento de INSS.
Como Evitar:

  • Utilize sistemas integrados de folha de pagamento.
  • Realize reconciliações contábeis mensais.

10. Férias Não Concedidas ou Não Remuneradas

Risco: Ações por não concessão, atraso ou pagamento incorreto de férias.
Como Evitar:

  • Programe o gozo de férias dentro do período aquisitivo.
  • O prazo para o aviso de férias, tanto individuais quanto coletivas, é de no mínimo 30 dias antes do início do período de descanso.
  • Para férias coletivas, há uma exigência adicional: o empregador também deve comunicar o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e o sindicato da categoria com pelo menos 15 dias de antecedência. 
  • Efetue o pagamento em dobro se houver atraso na concessão.

Conclusão

A prevenção é a melhor estratégia para evitar passivos trabalhistas. Empresas que adotam políticas de conformidade legal, registros precisos e boas práticas de gestão reduzem significativamente o risco de ações judiciais.

Investir em assessoria jurídica trabalhista, treinamentos e sistemas de controle pode representar economia a longo prazo e maior segurança nas relações empregatícias.

 

Fonte: https://www.jota.info/trabalho/quais-sao-os-pedidos-mais-recorrentes-na-justica-trabalhista


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